Os professores da rede Municipal de
Baianópolis, após cinco meses de lutas e reivindicações pelo reajuste de 33,24
% do Piso Salarial Nacional, resolvem voltar às aulas normais.
A gestão enviou à categoria um percentual de 15% de reajuste e
mais 5% de bonificação mensal que ocorrerá entre os meses de janeiro e dezembro
de 2022. Isso pareceu uma piada.
A reação dos professores foi de recusa e muita decepção em relação
ao descompromisso da gestão com os educadores e para com a educação.
"O professor não está voltando porque está satisfeito com a
proposta. Estamos voltando porque também temos um compromisso social,
porém muito revoltados com a postura da gestora em relação ao cumprimento da
lei 11. 738(lei do Piso Salarial Nacional do Magistério). É vergonhoso viver em
um município onde há um descaso para com os professores", diz
professora.
A secretaria de educação juntamente com a gestão demonstrou
descaso pela educação quando deixou de cumprir a lei do piso. "A
valorização do professor é o primeio passo para uma educação de
qualidade. E em Baianópolis, valorizar e respeitar o professor não faz
parte da agenda da Secretária de Educação", afirma um professor.
A falta de abertura para o diálogo por parte da gestão e as
mentiras usadas para justificar o não pagamento do Piso causou grandes
problemas não só às negociações para o reajuste do piso, mas também comprometeu
as relações entre Secretária de Educação e professores. E isso causa
sérios prejuízos ao desenvolvimento educacional do município. Comenta uma
professora.
"Voltamos tristes, mas não vencidos, pois somos profissionais
e o que somos ninguém tira de nós", comenta professora.
"A luta não terminou, estamos firmes para recorrer à justiça
e garantir aquilo que é de direito nosso. A história de um professor é
construída com lutas e muitos desafios. Portanto, não pode ser encerrada diante
de um não de alguém que, temporariamente, exerce poder e não constrói
histórias. Desabafa um professor.
As lutas foram intensas, muitos deram as mãos, outros nem tanto...
outros nada fizeram. E se não fizeram é porque viram que não tinham o que
fazer. Ou ainda, acreditam que não merecem muito. E assim são as lutas,
elas sempre trazem um ensinamento.
Que cada desafio e acerto tenha servido de aprendizado e forças
para enfrentarmos outras batalhas, diz professora.
A sociedade ficou dividida. É possível observar muitos interesses
particulares e partidários. Daí também tiramos um aprendizado de que enquanto
não houver um reconhecimento de que a Educação é uma necessidade básica do
cidadão, as conquistas dos professores continuarão representando uma luta
desafiadora.
Fonte: Professores indignados
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